novembro 08, 2008

F(a)l(a)gueiras

Às vezes pergunto-me se sou só eu que acha todas estas voltas da Justiça portuguesa uma completa falta de respeito pelos cidadãos.

Se estou alienado pelo que leio ou simplesmente penso mal.

A dona de Felgueiras  sai do tribunal com uma condenação de 3 anos e considera-se absolvida. As acusações mais graves, apesar de provadas aos olhos comuns, são consideradas improváveis ou, pelo menos, não suficientemente fortes para constituirem matéria de facto.

Todos os grandes processos que agitaram o país nos últimos cinco anos parecem desvanecer-se nas suas conclusões sem que algo de muito grave fique provado ou que a maioria dos acusados - apesar do muito que parece claro - sofram o opróbrio da condenação.

Hoje há uma escondida na penúltima página indignação no editorial do Público. Nas televisões, nada de muito indignado.

Um manto de silêncio parece tudo cobrir, como se alguém tivesse decidido que não-condenações trouxessem melhor credibilidade ao sistema que penas pesadas. Se não há crimes de corrupção provados, o país não é corrupto.

Porque continua então esta sensação difusa de que tudo está podre neste reino?